Espólio Literário Carlos de Oliveira

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Espólio Literário Carlos de Oliveira

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/MVFX-MNR/A25/ESPLIT-OLI

Entidade detentora

Registo Código Tipo de relação Datas da relação
Entidade detentoraMunicípio de Vila Franca de Xira. Museu do Neo-Realismo MVFX-MNR Entidade dententora

Tipo de título

Atribuído

Título

Espólio Literário Carlos de Oliveira

Título paralelo

ESPLIT-OLI

Datas de produção

1879  a  2011 

Dimensão e suporte

Aprox. 10 000 doc's

Extensões

165 Caixas
18 Pastas

Entidade detentora

Município de Vila Franca de Xira. Museu do Neo-Realismo

Produtor

Registo Código Tipo de relação Datas da relação
Registo de autoridadeOliveira, Carlos Alberto Serra de. 1921-1981, escritor OLI Produtor

Estatuto legal

Doado

História custodial e arquivística

O Espólio Literário Carlos de Oliveira foi incorporado no Museu do Neo-Realismo em 2012, cedido pela esposa do escritor, Maria Ângela Ferreira Jesus de Oliveira."Com o espólio de Carlos de Oliveira, cujo acto de formalização da doação se realiza neste dia 11 de Fevereiro de 2012, o Museu do Neo-Realismo, a vários títulos uma instituição exemplar, poderá enfim realizar em plenitude o programa que o seu director, David Santos, tem vindo a desenvolver com rara clarividência: antes de mais, resgatar, por meio de uma actuação museológica inteligente, o neo-realismo do olvido a que o devir da literatura e das artes o vêm votando, estabelecendo formas de diálogo entre o neo-realismo e as artes contemporâneas; e, em simultâneo, pensar o neo-realismo como um foco de tensões não-resolvidas e, por isso, abertas ao devir e à nossa capacidade de o lermos sem excessivos preconceitos (...).(...) a obra de Carlos de Oliveira distingue-se das de outros seus companheiros de geração por não estar refém do seu contexto e por, pelo contrário, gerar continuamente, no seu próprio devir histórico, ou melhor, no seu revisionismo insaciável, o seu próprio contexto, de dentro para fora, no que se afigura uma reflexão poderosa sobre a própria, e porventura informulável, noção de «contemporâneo». Há uma opacidade específica da obra de Carlos de Oliveira, que se traduz na resistência em defini-lo como neo-realista sem mais, um ponto que aliás suscita uma eterna, porventura inevitável, mas cansativa polémica crítica. Porque essa resistência é a resistência que Carlos de Oliveira inscreve na obra, não ao neo-realismo tout court, mas antes à ideia de transparência ou legibilidade do Agora. (...) recordemos sobretudo o quadro «oitocentista» («camiliano», segundo alguns) dos romances; mas recordemos ainda a tendência acrónica da poesia tardia, sobretudo na pulsão alegórica com que encena a longa duração do tempo natural e das revoluções do orbe celeste. Finalmente, recordemos a sua recusa em alterar as coordenadas espaciais e temporais do seu mundo, tal como as obras iniciais as fixaram para sempre, ao mesmo tempo que se lança numa longa e integral revisitação da própria obra.(...) Carlos de Oliveira nos permite revisitar o neo-realismo a partir de uma série de diálogos historicamente suspensos ou cancelados pelo movimento e pela sua crítica: com a arte moderna de teor mais experimental ou conceptual ( (...) no caso maior do livro Micropaisagem, e sobretudo num poema como o dedicado a Malcolm Lowry, que parece vir tanto da poesia transmental russa como do Oulipo); com a arte política revisitada pelas modernas «críticas da representação», por exemplo no grande poema sobre a «Descrição da guerra em Guernica»; enfim, com o romance enquanto dispositivo cognitivo contaminado por outros dispositivos tipicamente modernos, com destaque para a Ciência - as ciências da natureza (da mineralogia mais micro até à astrofísica interrogando o cosmos), a genética, a psicologia das profundidades, e ainda a física e a química, sobretudo em Finisterra -, mas sem esquecer a filosofia da História e do Direito.Inversamente, o neo-realismo (...) permite lançar alguma luz sobre alguns dos aspectos mais opacos da obra de Oliveira, (...) o difícil mas decisivo lugar da criança na sua obra e no seu imaginário poético e político (...) ou a sua resistência a um imaginário, e a uma imaginação, de teor produtivista, produtivismo sempre presente nos subterrâneos da imaginação utópica da sua geração. Não sei se podemos dizer que Carlos de Oliveira e o Neo-Realismo se iluminam mutuamente: é mais provável que troquem entre si formas específicas de opacidade. Mas uma vez que a opacidade do Neo-Realismo hoje é a da sua excessiva legibilidade histórica, creio que se a obra de Carlos de Oliveira, ou aquilo que resultar do estudo do seu espólio, contribuir para tornar o neo-realismo um pouco mais ilegível, isso será um serviço que o neo-realismo só lhe poderá agradecer. (...)" (Silvestre, 2017).A intenção de doar à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira este conjunto de bens culturais contribui para a sua preservação, conservação, investigação e divulgação.ReferênciaSilvestre, O. M. (2017). Carlos de Oliveira no Museu do Neo-Realismo. In Museu do Neo-Realismo, Carlos e Oliveira: a parte submersa do iceberg [catálogo de exposição] (pp. 143-151). Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Museu do Neo-Realismo

Âmbito e conteúdo

O acervo documental contém os seguintes temas: Produção literária do autor; História pessoal do autor; Correspondência; Vária; Fotografia; Impressos; Documentos de outros; Artes plásticas, decorativas e outras; Objetos; Monografias e publicações periódicas; Documentos pós-morten.No que concerne à produção intelectual de Carlos de Oliveira, no seu Espólio Literário encontramos as versões preliminares, provas tipográficas manuscritas e datiloscritas com emendas e notas à margem, documentação de suporte aos livros que publicou. De notar que as provas tipográficas de “Alcateia” são em menor quantidade que as restantes, contudo, existe um exemplar "nova edição" de uma edição com emendas, o que sugere uma reedição que nunca chegou a ser publicada.Na documentação de âmbito pessoal poder-se-á destacar a correspondência recebida e expedida, num volume de 1603 e 117 documentos, respetivamente. De referir a correspondência entre Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira, designado em algumas cartas por Zé Gomes, num volume total de 63 documentos. Além disso, podemos encontrar correspondência entre o autor e as editoras Portugália, Dom Quixote, Publicações Europa-América, Seara Nova, entre outras, a sua maior parte relacionada com direitos de autor. Por último, destaca-se a correspondência com a Sociedade Portuguesa de Escritores, da qual foi associado, tendo secretariado o Dr. Vítor Santos na 1.ª Assembleia em 1956.Contém, ainda, documentação relacionada com a atividade cultural, associativa, política e profissional, destacando-se contratos com editoras. Carlos de Oliveira foi o primeiro escritor a lutar pelos direitos de autor e fez parte da lista de 40 escritores que assinou o acordo entre 1973-1976 (cota: A25/7.93-7.94). No que diz respeito a suportes fotográficos, é de destacar o facto de Carlos de Oliveira ter no seu espólio fotografias tiradas por ele próprio. Possui também um conjunto de fotografias para os livros “Finisterra” e “Pequenos Burgueses”, tiradas por Augusto Cabrita.Em recortes de imprensa destacam-se inúmeras críticas, tanto à obra, como ao autor.Em documentos de outros encontramos provas tipográficas manuscritas e datiloscritas de autores como: João José Cochofel, Erbert Helder, Giulia Lanciani, Gastão Cruz, Aquilino Ribeiro, Batista Bastos, José Cardoso Pires, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade, Pedro Oom (com destaque para um original inédito de poesia), entre outros. Carlos de Oliveira possui no seu espólio originais que serviram de trabalho preparatório para a compilação “Lápide e Outros Poemas”, de Afonso Duarte (cota: A25/4.78 de A a Z e de A a N, num total de 42 documentos).Carlos de Oliveira, tal como alguns escritores da época, também pintava. É possível ver as ilustrações deste autor nos originais datiloscritos “Sobre o Lado Esquerdo” e “Pastoral (exemplar n.º1, encadernado).Em objetos pessoais destacamos o facto de termos recebido uma caixa de metal de lápis de cera, uma paleta de madeira de pintura e uma máquina de escrever, entre outros.Relativamente a documentos pós-morten, verificamos a existência de 3255 documentos, sendo maioritariamente recortes de imprensa sobre o autor e a sua obra.Importa ainda referir que, juntamente com o arquivo pessoal, foi doada uma biblioteca com cerca de 1900 monografias e um número considerável de publicações periódicas, que se encontram tratados bibliograficamente em base online Koha.

Descritores

Palavras-chave

Neo-Realismo; Literatura Portuguesa Séc. XX; Arquivos--Arquivística; Manuscritos; Escritores; Fotografia; Artes Plásticas

Tradição documental

Papel (originais e fotocópias); Fotografia (provas de gelatina e prata); Objetos

Tipologia documental

Produção literária do autor (poesia; ficção narrativa - romance, conto, novela e crónica; ensaio); História pessoal do autor (bibliografias; entrevistas; inquéritos; memorialismo); Correspondência (correspondência expedida; correspondência recebida); Vária (atividades culturais; atividades associativas; atividades políticas; atividades profissionais; documentos pessoais; apontamentos; atividades de carácter geral); Fotografia; Impressos (críticas à obra; relacionados com o autor; entrevistas; homenagens; material gráfico); Documentos de outros (produção do autor; correspondência; vária); Artes plásticas, decorativas e outras; Objetos (objetos pessoais; objetos de outros);Monografias e publicações periódicas (Biblioteca Particular inserida em base bibliográfica online Koha; Disponível em: https://catalogo.cm-vfxira.pt/); Documentos pós-morten (produção do autor; correspondência; vária)

Sistema de organização

O fundo (F) foi organizado segundo critérios temático-funcionais que seguem o plano de classificação adotado. O sistema organizativo reflete a análise documental representada em séries (SR) e subséries (SSR) documentais.A organização e divisão documental tem em consideração o princípio da proveniência, isto é, a relação entre os documentos de arquivo e as pessoas coletivas ou singulares que produziram, acumularam e conservaram os documentos.

Plano de classificação

Centro de Documentação e Espólios Literários (CDEL), Museu do Neo-Realismo (MNR): Classificador alfanumérico, elaborado segundo IPQ, NP 4041, 2005

Condições de acesso

Consulta presencial

Condições de reprodução

Sujeitas ao estabelecido no contrato de doação

Localização física depósito

Reserva 3

Idioma e escrita

Português

Características físicas e requisitos técnicos

A documentação encontra-se em estado razoável de conservação, não necessitando de cuidados especiais na sua consulta e manuseamento.

Instrumentos de descrição

IPQ, NP 4041, 2005: Normas Portuguesas de Informação e Documentação, Terminologia Arquivística e Conceitos Básicos;ISAAR(CPF): Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias; ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística; ODA: Orientações para a Descrição Arquivística

Notas

Em 1981, a Biblioteca Nacional promoveu uma exposição com as obras literárias de Carlos de Oliveira existentes na instituição, que teve lugar no átrio principal. A mesma incluiu edições estrangeiras, nomeadamente a tradução romena de "Casa na duna".O Centro de Documentação da Amascultura organizou uma homenagem a Carlos de Oliveira. Na fase de planificação de tal homenagem, constatou-se que o Museu do Neo-Realismo e a Câmara Municipal de Lisboa estavam a trabalhar na organização de uma exposição documental sobre a obra de Carlos de Oliveira. Do conhecimento deste facto, surgiu a proposta de um trabalho conjunto. Desta forma, em 1992 teve lugar no Centro Cultural Malaposta e, posteriormente, no Padrão dos Descobrimentos, a exposição documental sobre a obra de Carlos de Oliveira. Além disso, foram realizadas exposições documentais e de artes plásticas em Vila Franca de Xira e na Amadora, colóquios em Lisboa, Amadora e Vila Franca de Xira e várias projeções do filme «Uma Abelha na Chuva» de Fernando Lopes. Das exposições em Vila Franca de Xira e na Amadora resultaram dois catálogos com o mesmo título: "Carlos de Oliveira. 50 anos na Literatura Portuguesa" (edição de Museu do Neo-Realismo - Município de Vila Franca de Xira, Amascultura - Associação de Municípios para a Área Sociocultural, Câmara Municipal de Lisboa, 1992; edição de Câmara Municipal da Amadora, Centro de Documentação de Amascultura, Museu do Neo-Realismo, 1993; respetivamente):Carlos de Oliveira : 50 anos na literatura portuguesa : (1942-1992) / org. Câmara Municipal de Lisboa, Museu do Neorealismo, Amascultura ; texto Urbano Tavares Rodrigues . - Lisboa : Câmara Municipal, 1992 . - 31 p. : il. color ; 24 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/CAR/8263)Carlos de Oliveira : 50 anos na literatura portuguesa : (1942 -1992) / org. Câmara Municipal da Amadora, Amascultura, Museu do Neorealismo . - Amadora : Câmara Municipal, Departamento de Educação e Cultura, 1993 . - [8] p. : il. ; 30 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/CAR/8818)"Os escritores também pintam: Carlos de Oliveira: Fernando Namora: Joaquim Namorado: Mário Dionísio" foi uma exposição que esteve patente na Galeria Municipal de Exposições de Vila Franca de Xira, entre 16 de maio e 15 de junho de 1997. A mesma deu lugar a um catálogo, cuja edição se deve à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1997:Os escritores também pintam : Carlos de Oliveira : Fernando Namora : Joaquim Namorado : Mário Dionísio / org. Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Departamento de Acção Sócio-Cultural . - Vila Franca de Xira : Câmara Municipal, 1997 . - [7] p. : il. color ; 21 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/ESC/8295)De 28 de junho a 18 de agosto de 2002, foi realizada uma dupla exposição no Celeiro da Patriarcal em Vila Franca de Xira. A primeira foi intitulada de "O movimento neo-realista e o Museu do Neo-Realismo", enquanto a segunda foi apelidada de "Carlos de Oliveira e a perfeição da escrita", sendo esta última de carácter biobibliográfico. Esta dupla exposição originou a publicação de um catálogo duplo invertido com os mesmos títulos, edição de Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Pelouro da Cultura, Museu do Neo-Realismo, 2002:O movimento neo-realista e o Museu do Neo-Realismo; Carlos de Oliveira e a perfeição da escrita ; org. Câmara Municipal de Vila franca de Xira-Pelouro da Cultura, Museu do Neo-Realismo, Associação Promotora do Museu do Neo-realismo ; coord. Graça Soares Nunes, Júlio Graça, Idalina Mesquita ; textos António Mota Redol [et al.] . - Vila Franca de Xira : Câmara Municipal de Vila Franca de Xira , 2002 . - 46, [4] p. , 58, [2] p. : il. ; 21 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/MOV/7639)“Artistes-poètes, poètes-artistes : poésie et arts visuels du XXª siécle au Portugal”, trata-se de uma obra publicada por ocasião da exposição organizada e patente na Delegação Francesa da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, de 16 de janeiro a 30 de março de 2013. Os artistas representados foram os seguintes: João de Deus, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, José de Almada Negreiros, João Carlos, José Régio, Júlio, Alexandre O'Neil, António Areal, António Maria Lisboa, António Pedro, Artur do Cruzeiro Seixas, Carlos Calvet, Isabel Meyrelles, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria, Natália Correia, Armindo Rodrigues, Carlos de Oliveira, Fernando Namora, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Júlio Pomar, Lima de Freitas, Ana Hatherly, Salette Tavares, Herberto Helder, Ernesto M. de Melo e Castro, Alexandra Mesquita, Emerenciano, Eurico Gonçalves, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Martins Correia, Raul de Carvalho e Vasco de Lima Couto. Este catálogo contém dados biográficos dos artistas representados, sendo a edição de Fondation Calouste Gulbenkian, Delégation en France, 2013: Artistes-poètes, poètes-artistes : poésie et arts visuels du XXª siécle au Portugal / textos Maria João Fernandes [et al.] . - [Paris] : Fondation Calouste Gulbenkian, Delégation en France, 2013 . - 199 p. : il. color. ; 24 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/ART/7986)De 18 de março a 29 de outubro de 2017 teve lugar no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, uma exposição biobibliográfica sobre Carlos de Oliveira. No seguimento desta, foi publicado o catálogo "Carlos de Oliveira: a parte submersa do iceberg", edição de Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Museu do Neo-Realismo, 2017:Carlos de Oliveira : a parte submersa do iceberg / coord. Fátima Faria Roque ; textos Alberto Mesquita [et al.] . - Vila Franca de Xira : Câmara Municipal, Museu do Neo-Realismo, 2017 . - 193 p. : il. ; 25 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/CAR/9091)

Relações com registos de autoridade

Relações com registos de autoridade
Registo Código Tipo de relação Datas da relação
Entidade detentoraMunicípio de Vila Franca de Xira. Museu do Neo-Realismo MVFX-MNR Entidade dententora
Registo de autoridadeOliveira, Carlos Alberto Serra de. 1921-1981, escritor OLI Produtor