Espólio Literário Soeiro Pereira Gomes

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Espólio Literário Soeiro Pereira Gomes

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/MVFX-MNR/A2/ESPLIT-GOM

Entidade detentora

Registo Código Tipo de relação Datas da relação
Entidade detentoraMunicípio de Vila Franca de Xira. Museu do Neo-Realismo MVFX-MNR Entidade dententora

Tipo de título

Atribuído

Título

Espólio Literário Soeiro Pereira Gomes

Título paralelo

ESPLIT-GOM

Datas de produção

1908  a  2010 

Dimensão e suporte

Aprox. 400 doc's

Extensões

9 Caixas

Entidade detentora

Município de Vila Franca de Xira. Museu do Neo-Realismo

Produtor

Registo Código Tipo de relação Datas da relação
Registo de autoridadeGomes, Soeiro Pereira. 1909-1949, escritor GOM Produtor

Estatuto legal

Doado

História custodial e arquivística

Joaquim Soeiro Pereira Gomes é uma personalidade incontornável na história da cultura e da resistência do século XX. Pioneiro e vulto maior do movimento neorrealista, empenhou a sua vida por uma causa. Enquanto escritor funde uma poética de olhar atento e compassivo, de uma certa interioridade, com uma perspetiva do realismo humanista de intervenção social, influência inicial presencista que se vai confrontando, e enformando, com a realidade crua e sofrida dos que lhe estavam próximos, e com eles acompanhando as mudanças de um estado injusto e repressor. De “vocação perdida”, Soeiro cumpriu a “estrada do seu destino” que escolheu consciente e generosamente. Assim viveu, assim morreu aos 40 anos. Do Douro ao Tejo, do mundo rural ao mundo industrial, do amor da família ao afeto aos seus “meninos” e aos homens, dos sonhos adolescentes aos convictos ideais, Soeiro sempre preservou os valores da justiça e da liberdade. Defendendo-os nas ideias e nas ações, fosse nas atividades cívicas ou militantes, ou no labor literário, na dinamização social e cultural de âmbito local ou na luta pela transformação social, nos contos ou nos romances que escrevia; porque a sua vida e a sua escrita formavam uma unidade, na essencialidade do ser humano.O Espólio de Soeiro Pereira Gomes foi doado ao Museu do Neo-Realismo em 1992, pelos irmãos do escritor.Constitui um arquivo com alguma arrumação prévia reconstituído “a posteriori” pelos herdeiros, ao qual se juntaram alguns documentos de diversa proveniência, nomeadamente o original manuscrito do romance "Engrenagem", disponibilizado pelo Partido Comunista Português a partir dos seus arquivos. Inclui ainda documentos posteriores à morte do escritor, que se mantêm na forma de recolha do acervo no seu conjunto.Aquando da exposição comemorativa do centenário do nascimento do autor, que teve lugar no Museu do Neo-Realismo em 2009-2010 ("Soeiro Pereira Gomes: na esteira da liberdade"), entraram mais três lotes de documentação de outros doadores (António Mota Redol, Giovanni Ricciardi e sobrinhos Alexandre e José Pedro Carvalho), que foram incorporados no Espólio. Salienta-se, ainda, que foi tomada a decisão de constituir um Legado com a documentação de Giovanni Ricciardi.A intenção de doar à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira este conjunto de bens culturais contribui para a sua preservação, conservação, investigação e divulgação.

Âmbito e conteúdo

De grande valor documental, este Espólio (9 cx.: 400 docs.) compreende a quase totalidade de originais da produção literária conhecida de Soeiro Pereira Gomes. Embora haja documentação de anterior a 1908 a 2010, o período temporal com maior número de documentos situa-se nos anos 30 e 40.O acervo documental contém os seguintes temas: Produção literária do autor; História pessoal do autor; Correspondência; Vária; Fotografia; Impressos; Documentos de outros; Objetos; Monografias; Documentos pós-morten.No que concerne à produção intelectual de Soeiro Pereira Gomes, no seu Espólio Literário encontramos as versões preliminares, provas tipográficas manuscritas e datiloscritas com emendas e notas à margem, documentação de suporte aos livros que publicou. “Esteiros” constitui um dos mais humanistas e tocantes testemunhos doados à nossa literatura. Como alguns críticos afirmaram, bastou este livro para Soeiro entrar diretamente na história literária e cultural portuguesas. O seu talento sensível também ganhou expressão nos primeiros contos e crónicas, no romance “Engrenagem” e nos “Contos Vermelhos”. Muitos projetos idealizados ao longo de anos demasiados atarefados, e depois pela clandestinidade, ficaram por consumar. De dois romances “Companheiros” e “Comunistas” e um livro de crónicas “Diário de um foragido” remanescem apontamentos e anotações para personagens, enredos, quadros, pequenas histórias que dedicava aos homens, como lhes dedicou a sua própria vida.No que diz respeito à correspondência, é importante ressaltar nomes como Álvaro Cunhal, Piteira Santos, Alves Redol, Joaquim Namorado, Avelino Cunhal, Alexandre Babo, Adolfo Casais Monteiro, Alice Gomes, Cândida Ventura, António Dias Lourenço, Lopes Graça, Arquimedes Santos, Leitão de Barros, Manuel de Azevedo, Bento de Jesus Caraça, Rodrigues Lapa, Breda Simões, Sidónio Muralha, Aurélio Cruz, Luís Colaço, Jaime Brasil, Fernando Namora, Agostinho da Silva, Júlio Graça, Alexandre Cabral, Jorge Reis, Severiano Falcão e Garcez da Silva.Contém, ainda, documentação relacionada as atividades cívico-culturais e militantes.Ao nível do suporte fotográfico, destaca-se o facto de Soeiro Pereira Gomes ter no seu espólio fotografias sobretudo de cariz familiar.Este espólio integra, ainda, documentação crítica à obra e uma recolha de recortes de imprensa feita pelo autor. Em objetos pessoais mencionamos os talheres de criança, a caneta e a lapiseira legados por Soeiro Pereira Gomes ao afilhado António Mota Redol, que viria a doar posteriormente ao Museu do Neo-Realismo.Importa ainda referir que, juntamente com o arquivo pessoal, foi doada uma biblioteca com cerca de 25 monografias, que foram integradas na Coleção Geral do Museu e que se encontram tratadas bibliograficamente em base online Koha.

Descritores

Palavras-chave

Neo-Realismo; Literatura Portuguesa--Séc. XX; Arquivos--Arquivística; Manuscritos; Escritores; Álvaro Cunhal; Piteira Santos; Alves Redol; Joaquim Namorado; Avelino Cunhal; Alexandre Babo; Adolfo Casais Monteiro; Alice Gomes; Cândida Ventura; António Dias Lourenço; Lopes Graça; Arquimedes Santos; Leitão de Barros; Manuel de Azevedo; Bento de Jesus Caraça; Rodrigues Lapa; Breda Simões; Sidónio Muralha; Aurélio Cruz; Luís Colaço; Jaime Brasil; Fernando Namora; Agostinho da Silva; Júlio Graça; Alexandre Cabral; Jorge Reis; Severiano Falcão; Garcez da Silva; O Diabo; Sol Nascente; Seara Nova; Ed. Sírius; Col. Novos Prosadores; Avante; Quinzena Literária dos Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa; Les lettres françaises; Jorge Amado; Marx; Hegel; Steinbeck; Fougeron; Malraux

Tradição documental

Papel (originais e fotocópias); Fotografia (provas de gelatina e prata); Objetos

Tipologia documental

Produção literária do autor (poesia; ficção narrativa - romance, conto e crónica; teatro; ensaio); História pessoal do autor (bibliografias; depoimentos; inquéritos; memorialismo); Correspondência (correspondência expedida; correspondência recebida); Vária (atividades culturais; atividades associativas; atividades políticas; documentos pessoais); Fotografia; Impressos (críticas à obra; relacionados com o autor); Documentos de outros (produção do autor); Objetos (objetos pessoais);Monografias (integradas na Coleção Geral e inseridas em base bibliográfica online Koha; Disponível em: https://catalogo.cm-vfxira.pt/); Documentos pós-morten (produção do autor; correspondência; vária)

Sistema de organização

O fundo (F) foi organizado segundo critérios temático-funcionais que seguem o plano de classificação adotado. O sistema organizativo reflete a análise documental representada em séries (SR) e subséries (SSR) documentais.A organização e divisão documental tem em consideração o princípio da proveniência, isto é, a relação entre os documentos de arquivo e as pessoas coletivas ou singulares que produziram, acumularam e conservaram os documentos.

Plano de classificação

Centro de Documentação e Espólios Literários (CDEL), Museu do Neo-Realismo (MNR): Classificador alfanumérico, elaborado segundo IPQ, NP 4041, 2005

Condições de acesso

Consulta presencial

Condições de reprodução

Sujeitas ao estabelecido no contrato de doação

Localização física depósito

Reserva 3

Idioma e escrita

Português, contendo alguns documentos em francês

Características físicas e requisitos técnicos

A documentação encontra-se em estado razoável de conservação, não necessitando de cuidados especiais na sua consulta e manuseamento.

Instrumentos de descrição

IPQ, NP 4041, 2005: Normas Portuguesas de Informação e Documentação, Terminologia Arquivística e Conceitos Básicos;ISAAR(CPF): Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias; ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística; ODA: Orientações para a Descrição Arquivística

Notas

De 7 de novembro de 2009 a 14 de março 2010 teve lugar no Museu do Neo-Realismo uma exposição biobibliográfica sobre Soeiro Pereira Gomes, comemorativa do centenário do seu nascimento. No seguimento desta foi publicado o catálogo "Soeiro Pereira Gomes: na esteira da liberdade", edição de Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Museu do Neo-Realismo, 2009:Soeiro Pereira Gomes : na esteira da liberdade / Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ; org., coord. e textos de Luísa Duarte Santos ; textos Maria da Luz Rosinha [et al.] . - Vila Franca de Xira : Câmara Municipal, Museu do Neo-Realismo, 2009 . - 179 p. : il. ; 25 cm (Coleção Museu do Neo-Realismo - MNR CAT/SOE/7658)

Relações com registos de autoridade

Relações com registos de autoridade
Registo Código Tipo de relação Datas da relação
Registo de autoridadeGomes, Soeiro Pereira. 1909-1949, escritor GOM Produtor
Entidade detentoraMunicípio de Vila Franca de Xira. Museu do Neo-Realismo MVFX-MNR Entidade dententora